Olhas a si mesmo, ajeitas o pedaço de cabelo que está fora do lugar...
Olhas aquela parte do corpo que te incomoda, e pensas que serias mais feliz se ela fosse de outro jeito...
Viras a cabeça para os dois lados, só pra conferir se o seu perfil está agradável. É interessante ver o nosso perfil, afinal, é um ângulo nosso que não costumamos ver a não ser quando estamos em frente a um espelho...
Geralmente tu abres os dentes, como que para verificar se ainda estão no lugar, se ainda estão brancos ou se tem algo preso a eles... se estiver tudo no lugar, simulas um sorriso, como se tivesse em um papo agradável, fazes isso, pois queres saber como é o teu sorriso quando estás em um papo agradável com alguém.
Se uma pessoa aparace na hora, imediatamente desfazes "o sorriso do papo agradável" e ajeitas mais uma vez o cabelo pra disfarçar aquela cena vergonhosa que fazes quando estás sozinho na frente de um espelho.
Alguns se atrevem a dançar, desfilar, treinar discursos e expressões para futuros papos agradáveis.
Desse modo, pode-se dizer que o espelho é como uma projeção nossa. Em frente a ele, nós fazemos coisas tolas e imaginamos como seríamos se nos comportássemos de determinada forma. Ele não mente... vai sempre nos mostrar a realidade como ela é... imperfeita, fingida, aparentemente feliz...
Nós nos olhamos com bastante freqüência no espelho, olhamos nosso perfil, nosso sorriso, nossa imperfeição, nossas caras e bocas e algo mais que convenhamos notar em nossa aparência.
Enfim, olhamos quase tudo... mas quase sempre, esquecemos de olhar algo muito sutil... nós mesmos.
Quando digo nós mesmos, não me refiro a nosso sorriso cativante, me refiro ao mais íntimo do nosso ser...
Refiro-me ao nosso interior, àquilo que mais tememos em nós mesmos... não a nossa realidade aparente, mas a nossa realidade essencial.
Pare em frente ao espelho e se olhe de verdade, não repares no teu olhar atraente, repares no fundo dos teus olhos e verás.
Verás que és bem mais profundo do que o espelho pode te mostrar.
Tu se depararás com sua verdadeira face, aquela que vai estar sempre contigo, não aquela que treinas ter.
É exatamente isso que és. Por mais que algumas vezes não te compreendas, enoje-se, ache-se limitado, feio...
É exatamente isso que és. Por mais que algumas vezes não te compreendas, enoje-se, ache-se limitado, feio...
O mais importante nisso tudo é enxergar quem verdadeiramente és, e se compreender, e se ver.
Porque, após nos compreendermos e nos aceitarmos, poderemos mudar e evoluir...
Quando se olha no espelho e não se vê de verdade, sempre serás como um reflexo do espelho, uma projeção de algo, um querer ser...
Quando se olhar novamente na frente de um espelho... olhe... e verás que compreendeu, e verás que se compreendeu.